Celebrado em 1º de abril, o Dia da Mentira é o
momento para se contar casos, mentiras grotescas e outras mais críveis, além das
clássicas pregações de peças em amigos.
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| (imagem retirada da internet) |
Não se sabe ao certo a origem do Dia da Mentira, possivelmente
está relacionada com as mudanças no calendário propostas no Concílio de Trento,
em 1548, e implantadas pelo papa Gregório XIII só em 1582. O motivo de mudança
de data do Ano Novo poderia ainda estar relacionado com o fato de a comemoração
no início da primavera estar relacionada com práticas pagãs, e não cristãs. A
ligação de fenômenos naturais – como a primavera – com possíveis espíritos
divinos contrariava as práticas cristãs de um Deus único, não ligado às forças
da natureza. Com o início da primavera, comemorava-se também a entrada do
período da fertilidade, em que se realizavam as semeaduras e havia o
desabrochar das flores das espécies vegetais.
À época, durante o século XVI, a passagem do tempo era
muito mais identificada com as estações do ano do que com os calendários. As
comemorações ocorriam no final de março porque era o momento da passagem do
inverno para a primavera. Entre 25 e 31 de março ocorriam festas de
celebrações, sendo que no início do mês seguinte, abril, era realizada uma
grande festa e depois a vida voltava ao normal.
Mas a primavera no Hemisfério Norte não se inicia no dia
21 de março? Hoje em dia sim, mas até o ano de 1583, não. Essa mudança está
relacionada com a adoção do calendário gregoriano, implementada pelo papa
Gregório XIII, em 1582, como foi mencionado acima.
Havia uma defasagem de 10 dias entre as datas do
calendário e os eventos decorrentes dos movimentos celestes, como os do sol e
da lua. A Igreja católica pretendia fazer coincidir o início da primavera com o
dia 21 de março, em 1583, e assim estipular uma data única para a comemoração
da Páscoa cristã, já que a data variava em várias áreas do cristianismo
católico. Para realizar a mudança, foi instituído que, após a
quinta-feira, 04 de outubro de 1582, iniciar-se-ia a sexta-feira, 15 de outubro
de 1582.
Nesse meio tempo, o rei francês Carlos IX ordenou que, a
partir do ano de 1564, o Ano Novo fosse celebrado no dia 01 de janeiro (como
havia ficado decidido em 1548), e não mais em 25 de março, o início da
primavera no Hemisfério Norte, como era a tradição na maior parte da Europa. Porém,
havia uma grande dificuldade na comunicação da época, pois, os meios de
comunicação eram precários e lentos, e as informações não chegavam rapidamente
a todas as partes de um reino. A ordem só foi efetivamente cumprida na maior
parte dos locais do reino francês em 1567, ou seja 3 anos depois. Isso pode
explicar o motivo que levava algumas pessoas a continuar comemorando o Ano Novo
em 25 de março. Como algumas pessoas já sabiam da mudança do dia da comemoração
para 1º de Janeiro, passaram a zombar das demais, que estariam comemorando o
Ano Novo em um dia falso (1º de Abril), fazendo piadas e convidando para falsas
festas. A partir daí, a prática foi se espalhando e transformando o 1º de
abril no Dia da Mentira.
A brincadeira iniciou-se na França e dispersou-se para
outros locais da Europa nos séculos seguintes. Na Inglaterra e nos EUA, por
exemplo, o dia é conhecido como “April Fool's Day” ou “All Fool's Day”,
significando algo como o Dia dos Tolos de Abril ou Dia de Todos
os Tolos.
Eu postei hoje e não no dia 1º de Abril, para ninguém
pensar que é mentira essa explicação.
Lembre-se, a mentira não faz o nariz crescer, mas faz diminuir a confiança. Não minta.
Postado por Jota

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